segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Avaliando nossos governantes

Em recente reportagem no jornal A Tribuna, pudemos constatar que somente no estado do ES 78 chefes do Executivo não possuem curso superior, e 9 desses nem concluíram o ensino fundamental. Cabe aqui também mencionar o Presidente da República em relação a estudos.
Estudar é necessário, estar dentro da sala de aula faz parte de um crescimento cultural e social, onde se aprende disciplina com horários, lugares e comportamento. Através do estudo há uma melhor integridade com o mundo.
Estudo é aprendizado, descoberta e troca de experiências.
Aprender com a vida é uma prática que muitos se vangloriam, porém não percebem o quanto isso os deixa despreparados em exercícios da mente, da sabedoria, do conhecimento geral.
Existem oportunidades diversas, escolas municipais e estaduais que não existem mensalidades, escolas particulares que trabalham com bolas e descontos.
No estatuto da criança e do adolescente existem as seguintes determinações:

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais. Além de supletivos em diversos horários.
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador;
VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela freqüência à escola.
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.

O Brasil é um país com dificuldades na área de educação e parece não haver interesse de melhora, uma vez que os próprios governantes não se importam com a própria formação.
Trata-se de uma triste realidade.
No mínimo um político para se candidatar a qualquer cargo, deveria ter um curso superior e de preferência, de ciências potíticas ou de administração.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

"A borboleta preta"


"Na dia seguinte, como eu estivesse a preparar-me para descer, entrou no meu quarto uma borboleta, tão negra como a outra, e muito maior do que ela. Lembrou-me o caso da véspera, e ri-me; entrei logo a pensar na filha de D. Eusébia, no susto que tivera, e na dignidade que, apesar dele, soube conservar.
A borboleta, depois de esvoaçar muito em torno de mim, pousou-me na testa. Sacudi-a, ela foi pousar na vidraça; e, porque eu a sacudisse de novo, saiu dali e veio parar em cima de um velho retrato de meu pai. Era negra como a noite. O gesto brando com que, uma vez posta, começou a mover as asas, tinha um certo ar escarninho, que me aborreceu muito.
Dei de ombros, saí do quarto; mas tornando lá, minutos depois, e achando-a ainda no mesmo lugar, senti um repelão dos nervos, lancei mão de uma toalha, bati-lhe e ela caiu. Não caiu morta; ainda torcia o corpo e movia as farpinhas da cabeça. Apiedei-me; tomei-a na palma da mão e fui depô-la no peitoril da janela.
Era tarde; a infeliz expirou dentro de alguns segundos. Fiquei um pouco aborrecido, incomodado. — Também por que diabo não era ela azul? disse comigo. E esta reflexão, — uma das mais profundas que se tem feito, desde a invenção das borboletas, — me consolou do malefício, e me reconciliou comigo mesmo.
Deixei-me estar a contemplar o cadáver, com alguma simpatia, confesso. Imaginei que ela saíra do mato, almoçada e feliz. A manhã era linda. Veio por ali fora, modesta e negra, espairecendo as suas borboletices, sob a vasta cúpula de um céu azul, que é sempre azul, para todas as asas. Passa pela minha janela, entra e dá comigo.
Suponho que nunca teria visto um homem; não sabia, portanto, o que era o homem; descreveu infinitas voltas em torno do meu corpo, e viu que me movia, que tinha olhos, braços, pernas, um ar divino, uma estatura colossal. Então disse consigo: “Este é provavelmente o inventor das borboletas.”
A idéia subjugou-a, aterrou-a; mas o medo, que é também sugestivo, insinuou-lhe que o melhor modo de agradar ao seu criador era beijá-lo na testa, e beijou-me na testa. Quando enxotada por mim, foi pousar na vidraça, viu dali o retrato de meu pai, e não é impossível que descobrisse meia verdade, a saber, que estava ali o pai do inventor das borboletas, e voou a pedir-lhe misericórdia. Pois um golpe de toalha rematou a aventura.
Não lhe valeu a imensidade azul, nem a alegria das flores, nem a pompa das folhas verdes, contra uma toalha de rosto, dois palmos de linho cru. Vejam como é bom ser superior às borboletas! Porque, é justo dizê-lo, se ela fosse azul, ou cor de laranja, não teria mais segura a vida; não era impossível que eu a atravessasse com um alfinete, para recreio dos olhos. Não era. Esta última idéia restituiu-me a consolação; uni o dedo grande ao polegar, despedi um piparote e o cadáver caiu no jardim.
Era tempo; aí vinham já as próvidas formigas... Não, volto à primeira idéia; creio que para ela era melhor ter nascido azul."



Trecho de Memórias póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Volta às aulas sem os pais?

Desde semana passada, podemos ver que algumas escolas iniciaram o ano letivo de 2009, outras iniciam essa semana. Mas um fato que me chama muito atenção é a credibilidade e importância que alguns pais dão para isso. Para mim é muito importante a vida escolar
Para alguns pais, o aluno ir para escola é um momento agradável pois assim tem o tempo livre para não ter responsabilidade com a criança, outros pais ficam felizes porque sabem que estão investindo em seus filhos.
O que quero dizer é que pais e filhos precisam ter esse contato de interação, assim como os pais devem ter essa interação com a escola. Para os pequenos é muito interessante se a mãe ou o pai puder levar e buscar. Sei que muitos trabalham, que não podem sair do trabalho para levar e buscar os filhos, deixando essa taefa para transportes escolares e terceiros (babás, irmãos, vizinho, avós).
Mas devemos acordar para um fato importante. A escola é um ambiente de socialização, todos precisam passar por ela. Mas os pais devem participar dessa parte da vida da criança. Não se pode separar esse vínculo família e escola. Ambos fazem parte da formação da criança.
Precisamos valorizar o relacionamento entre as pessoas, ter contato com quem está alfabetizando, quem está acompanhando nossos filhos.
A infância passa e muitos pais não participam dela, o que pode tornar a criança um "rebelde sem causa". Os pais devem sempre estar presentes, devemos perguntar aos nossos filhos como foi o dia deles, o que eles mais gostaram e o que menos gostaram enquanto estiveram na escola.
Devemos separar tempo de qualidade com nossos filhos. Fazer com que eles se sintam amados, e saibam que nos interessamos por tudo que diz respeito a eles, seja nas brincadeiras, no estudo. Devemos respeitar seus sentimentos e estar sempre abertos para ouvi-los.
Portanto, pais, sejamos mais participativos da vida de nossos filhos.
Nossos filhos devem ser formados com valores positivos. A escola é um complemento da educação que começamos em casa.