sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Novas regras ortográficas - 1

Durante todo ano de 2008 foi mencionada a mudança em algumas regras gramaticais da língua portuguesa. Porém há de se convir que essa mudança em grande parte, digo em sua maioria mesmo, não é necessária. Ocorrendo uma confusão maior na língua.
Retirar as letras k, w e y do alfabeto os transformando apenas em símbolos é um desrespeito à origem do próprio alfabeto e em mesmo a nomes que começam com essas letras.
O trema pode até ser retirado de algumas palavras, porém ficaria linguisticamente fora de justificativa o seu não uso em palavras como agüentar, conseqüência, cinqüenta, freqüência, pingüim, tranqüilo, lingüiça.
Se a idéia é “facilitar”, está mais para uma situação de desvalorização da língua culta, que na verdade retoma a discussão de descaso com a educação. A mudança chega para se aproximar da língua falada usada de forma mais popular, menosprezando a língua culta.
Retirar acentos de ditongos é um absurdo, muitos alunos já não conseguem ler direito com o acento, não diferem a vogal aberta ou fechada, sem o acento fica exatamente aceitável qualquer leitura desses ditongos. O acento está lá exatamente para dizer que tal ditongo é aberto. Justificar que os acentos em palavras paroxítonas com ditongo aberto não serão mais acentuadas está apenas não está interferindo em nada na vida do aluno, está sim, se aproximando da linguagem informal e em alguns casos considerando corretas expressões que são aceitas apenas linguisticamente falando, por se tratarem de variações lingüísticas.
Ainda aqui encontramos uma brecha para mais discussão, uma vez que ditongo terminado em “eu” continua com o acento, e em ditongos de palavras oxítonas e monossílabas também continuam os acentos.O mesmo ocorre com a acentuação de hiatos “oo” e nos verbos “ee”. É bem grande o número de alunos que em suas redações escrevam desse jeito, então eu pergunto: será que essa mudança é para se adequar no erro que alunos cometem? Pelo menos, dá essa impressão. E lembro-me daquele ditado “não pode vencê-los, junte-se a eles”.
Isso é um absurdo! Por que desmerecer as regras que já estão em uso há muito tempo? Não há necessidade de mudanças nas regras e sim na cobrança da escrita correta em relação aos alunos. A mudança tem que ser feita em cima da qualidade do ensino público e privado. Se tivermos qualidade no ensino, a qualidade dos cidadãos também irá melhorar. O índice de analfabetismo funcional diminuirá e conseqüentemente teremos um país com educação melhor.
Texto por Roberta Simões

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