segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Novas regras ortográficas - 2

Ainda sobre as mudanças em algumas regras, podemos verificar a total ausência de esforço, pois uma vez que fica mais fácil acobertar os erros do que corrigi-los. Comento isso devido à retirada dos acentos diferenciais em palavras homógrafas. Então vem a seguinte questão: quando os alunos escrevem as palavras sem os acentos, é dever de o professor orientar para correção. E são muitos casos onde os alunos “esquecem” dos acentos, seja diferencial ou não.
Estando sendo acento, fica “mais fácil” a correção e o nível do brasileiro vai caindo em aspectos intelectuais. Onde já se viu retroceder, fazer regras para se adequar às escritas incorretas da língua? No entanto, mais uma vez aparece uma exceção, onde o acento diferencial continua a ser usado no verbo poder, na terceira pessoa do pretérito perfeito do indicativo e no verbo pôr.
Não acentuar os ditongos tônicos também é uma forma de se adequar a uma linguagem mais coloquial ignorando a importância da leitura.
Mas de todas as mudanças, a única que concordo e que é justificável e útil é o cancelamento do acento na letra u, em formas verbais rizotônicas quando precedido de G ou Q. Pois a própria estrutura da palavra já indica onde é a sílaba tônica e assim pode-se falar corretamente a palavra.
O acento irá indicar onde é a sílaba tônica, e apesar da língua portuguesa ser uma língua com mais palavras paroxítonas, a transposição da fala para escrita, ou a leitura indica falhas no sistema de ensino. Na verdade, deveria sim haver mais eficácia no ensino de educação infantil, aí sim, é a base da formação escolar.
Em palavras que necessitam de trema é exatamente para que se pronuncie a palavra corretamente, como é o caso do verbo distinguir, este não necessita de trema pois a letra u não é pronunciada, o trema como em agüentar se torna essencial para que a pronúncia seja feita correta.
A língua falada é diferente da língua escrita, não há como tentar manipular as escrita para que seja conforme a falada, são coisas distintas. A língua escrita é um resultado de aprendizagem, todas as pessoas aprendem primeiro a falar e posteriormente é que aprendem a escrever. Porém se incentivarmos a leitura, conseqüentemente a escrita e a fala se tornam mais eficazes.
Portanto, cabe ressaltar, que mudanças ortográficas não mudam a qualidade do ensino.
O que tem que mudar é a qualidade de ensino.
Texto por Roberta Simões

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